segunda-feira, 30 de junho de 2008


Carta das Redes de Saúde da População Negra no Congresso Brasileiro de Prevenção as DST e AIDS
Florianópolis, 28 de junho de 2008.
Nós, negras e negros, presentes no VII Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, realizado em Florianópolis de 25 a 28 de junho de 2008, reiteramos a importância do enfrentamento do racismo, do se xismo, da lesbofobia, da homofobia, da transfobia, da intolerância religiosa, da discriminação em função da condição de saúde, da vida com HIV, da deficiência ou de qualquer outra situação, para a garantia de efetivação do direito humano à saúde e, em especial, para a redução das vulnerabilidades às DST e ao HIV/Aids.
Embora o movimento negro seja um sujeito político que atua na defesa do direito à saúde e na luta contra a Aids desde a década de 80, ainda temos o desafio de mobilizar a sociedade para reconhecer o crescimento e o encrudescimento da epidemia de Aids na população negra.
Nós, ativistas do movimento negro e representantes das Redes Nacionais de Controle Social e Saúde da População Negra, Religiões Afro-brasileiras e Saúde, Rede Lai Lai Apejo – População Negra e Aids, Afro-Atitudes e da Rede de Mulheres Negras do Paraná, em busca da equidade e da justiça social, reivindicamos:
1. que no âmbito das políticas, ações, planos ou programas da Secretaria de Vigilância em Saúde e do Programa Nacional de DST/Aids, em especial, sejam definidas ações estratégicas emetas específicas para o enfrentamento do racismo e das iniqüidades raciais, considerando que estes são fatores incrementadores das vulnerabilidades à infecção pelo HIV e outras DST e ao adoecimento por Aids, em consonância com as diretrizes da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde em 2006;
2. que o Ministério da Saúde dê continuidade no fomento a pesquisas na área de racismo e Aids, população negra e Aids, por meio de editais de pesquisa específicos e que, junto a isso, garanta uma ampla divulgação dos resultados das pesquisas de 2006/2007;
3. que o Ministério da Saúde e Organismos do Sistema ONU, ao implementar programas e ações de promoção aos direitos sexuais e reprodutivos, prevenção às DST-HIV/Aids e drogas para
a juventude, considerem o impacto das desigualdades sócioraciais, da violência, do racismo e da discriminação institucional na determinação dos contextos de vulnerabilidade às DST, HIV/Aids;
4 . que o Ministério da Saúde, Organismos do Sistema ONU, estados e municípios ampliem e aprimorem suas ações de comunicação no campo da prevenção das DST/Aids com vistas a garantirigualdade de oportunidades no acesso a informações e maior adequação às realidades e expectativas dos vários segmentos populacionais, residentes nas áreas urbanas e rurais, nos campos e nas florestas;
5. que o Ministério da Saúde, Organismos do Sistema ONU, estados e municípios, apóiem iniciativas do movimento negro para a consolidação e o fortalecimento dos trabalhos em rede embusca de saúde integral e de acesso universal à prevenção, tratamento e assistência no campo das DST/Aids.
Assinam
Rede Nacional de Controle Social e Saúde da População Negra
Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde
Rede Lai Lai Apejo – População Negra e Aids
Rede Nacional Afro-Atitudes
Rede de Mulheres Negras do Paraná
pesquisas na área de racismo e Aids, população negra e Aids,


Enviado por Jurema Werneck

STRESS: A DOENÇA DO CAPITALISMO

Os sete agentes estressores

As dívidas certamente ocupam o primeiro lugar:

O medo das contas que chegam, a ansiedade com a possibilidade de inadimplência, o nome que pode ir para as associações de cobrança são estressores poderosos .
O segundo estressor é a busca incessante pelo sucesso, pela habilidade de ser capaz de comprar não apenas as coisas que necessitamos, mas principalmente aquelas que desejamos. É o way of life que as sociedades capitalistas nos impõem.
O que nos leva ao terceiro estressor:

o medo de perder o emprego ou a fonte de renda e com ele a habilidade de prosseguir com os próximos passos da escada do sucesso.
Um quarto fator que dispara o estresse financeiro é o medo do envelhecimento sem qualidade. Isso explica, por exemplo, o enorme avanço da previdência privada no Brasil. Esse medo ainda que resida em algum momento de um futuro distante para muitos de nós, é uma ameaça permanente diante de tanta instabilidade econômica e política.
Um quinto estressor é o medo de retroceder na posição social. Ou seja, não ser capaz de manter o status quo, ou o estilo de vida a que se está acostumado: o envelhecimento do carro que não se consegue substituir, o bairro onde se vive que começa a ficar decadente, o casamento que parece estar ruindo (Como será viver divorciado, com recursos menores?); a empresa que vai demitir (Será que consigo emprego com o mesmo salário?), etc.
Um sexto estressor financeiro decorre do lugar em que vivemos. Sim, claro, se hoje você mora nos EUA, certamente acorda todos os dias pensando na crise que ruge no horizonte. Em 2002, os pesadelos de quem vivia no Brasil (empresário ou investidor principalmente) eram mais apavorantes do que qualquer filme de terror e torçamos para que a crise americana não respingue no hemisfério sul.
Além disso, quem mora em diferentes lugares do Brasil, independente de crise ou não, sente o estresse financeiro de maneira diferenciada: no campo, na cidade, São Paulo, Fortaleza...
Um sétimo estressor financeiro está relacionado à raça, gênero, idade.

Fonte: Eliana Bussinger, médica/VYA ESTELAR

2007/2008. O QUE MUDOU?


O dia 27 de outubro, Dia de Mobilização Nacional Pró-Saúde da População Negra, marca o compromisso que temos na implementação de ações que reduzam as desigualdades no acesso aos serviços de saúde e nos índices de doenças da população negra.O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem olhado com atenção esse tema.
Em 2004, criou um comitê técnico para discussão sobre o assunto, que logo conseguiu a ampliação do tratamento da anemia falciforme, uma doença genética freqüente nesta população.
No fim do ano passado, foi aprovada a Política Nacional de Saúde da População Negra. O novo texto é um marco para o atendimento à saúde da população negra. Por meio dele, o governo federal reconhece a existência do racismo institucional e a desigualdade étnico-racial.
A partir do diagnóstico, propõe ações como o treinamento profissional, as ações direcionadas contra agravos e doenças de maior prevalência dessa população, a pesquisa no setor e a participação do controle social pelos movimentos negros.
A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra representa um esforço do governo federal no sentido de corrigir as iniqüidades da atenção à saúde desta parcela da população, que corresponde a 45% dos brasileiros.
O nosso desafio é trazer parceiros, gestores estaduais e municipais e representantes da sociedade civil e trabalhadores de saúde para essa política. O movimento social negro é fundamental para essa mobilização, na defesa do SUS e da saúde da população negra.
esforço deve ser abrangente, seja na acesso a educação, seja na redução da violência uma das principais causas de morte do jovem negro, seja na melhora da qualidade de vida e renda desta população. Determinantes sociais são itens que comprovadamente que interferem nas condições de saúde.
Desejo que este dia seja marcado pela força que a população negra representa e que ele resulte em uma grande mobilização social para mudarmos o quadro de saúde que hoje enfrentamos.

2007- Pronunciamento do Ministro da Saúde -José Gomes Temporão

ANEMIA FALCIFORME ATINGE 50 MIL BRASILEIROS

Estima-se em cerca de 50 mil o número de brasileiros com anemia falciforme no país e, na maioria dos casos, a população negra é atingida.

O que é a anemia falciforme?

A doença caracteriza-se por uma alteração dos glóbulos vermelhos do sangue e não tem cura mas pode ser controlada se tiver um tratamento adequado.
Os pacientes com anemia falciforme sofrem de anemia crônica, icterícia, lesões de órgãos e sentem dores generalizadas com propensão a problemas de saúde como acidente vascular cerebral e infecções.
Se não são tratados corretamente, precisam submeter-se a freqüentes transfusões de sangue.Para aqueles que necessitam de transfusão, é necessário o sangue deleucotizado (sem a presença de leucócitos) e fenotipado (para identificação de antígenos dos grupos sanguíneos). Como o paciente recebe sangue freqüentemente, pode desenvolver anticorpos contra os leucócitos e contra antígenos de grupos sanguíneos.
A realização de transfusão diversas vezes também gera um acumulo de ferro no organismo do portador da doença. Quando isso acontece, é necessária uma bomba de infusão, seringa adaptada ao corpo do paciente, para injetar no organismo remédio que retira o excesso de ferro.
O formato dos glóbulos vermelhos dificulta sua passagem pelos vasos sanguíneos.
A causa da anemia falciforme está na mudança do formato dos glóbulos vermelhos, células flexíveis e arredondadas que transitam facilmente pelos vasos sanguíneos do corpo. Essa alteração tem origem genética. Essas células são responsáveis pela pigmentação vermelha do sangue e por transportar o oxigênio dos pulmões para tecidos e órgãos do corpo.
Os portadores da doença possuem glóbulos vermelhos em forma de foice e ou meia lua. Como são mais rígidos, passam pelos vasos sanguíneos com mais dificuldade, ocasionando obstrução e levando a crises dolorosas.
A anemia falciforme não é contagiosa. Sua manifestação é percebida pela dor nos ossos, nos músculos e nas juntas.
Essas crises dolorosas sempre necessitam de orientação médica. A pessoa também pode ficar pálida, sentir cansaço e apresentar feridas nas pernas.Nas crianças pode haver inchaço doloroso nas mãos e nos pés; desmaio e aumento do baço. Elas também tendem a desenvolver infecções. As crises de dor têm variações de intensidade.
As crises leves podem ser tratadas em casa com bastante líquido, remédios para dor e repouso, após avaliação de um médico.
Quando há febre é preciso procurar assistência médica para tratar a infecção o mais rápido possível.É possível o diagnóstico precoce, por meio do exame do pezinho, indicado 48 horas após o nascimento.
"Índices do Ministério da Saúde revelam que, a cada grupo de 35 pessoas, uma registra traço de anemia falciforme. Na Bahia, há um falcêmico para cada 500 nascidos vivos. No Rio de Janeiro, esse número sobe de um para cada 1.200 e, em Minas Gerais, Pernambuco e Maranhão, de um para cada 1.400 nascidos vivos" (O Norte, 16 de abril de 2005).Sintomas da doençaA Doença Falciforme (englobadas SS, SD, SC, S - Talassemia), pode se manifestar de forma diferente em cada indivíduo. Uns tem apenas alguns sintomas leves já outros apresentam um ou mais sintomas, entre eles:
. Crise de DorÉ o sintoma freqüente da Doença causado pela obstrução de pequenos vasos pelos glóbulos vermelhos em foice. A dor pode se localizar nos ossos ou articulações, no tórax, no abdômen, podendo atingir qualquer local do corpo.
. Icterícia (cor amarela nos olhos)É o sinal mais freqüente da doença. O quadro não é contagioso e não deve ser confundido com hepatite. Quando o glóbulo vermelho se rompe, aparece um pigmento amarelo no sangue que se chama bilirrubina. A urina adquire uma coloração próxima ao caramelo e o branco dos olhos se torna amarelo.
. Nas crianças pequenas as crises de dor podem ocorrer nos pequenos vasos das mão e dos pés causando inchaço, dor e vermelhidão no local.
.Podem ocorrer infecções freqüentes localizadas na garganta, pulmões e ossos. Estas infecções devem ser vistas pelo médico hematologista tão logo apareçam. Podem ser muito graves e até fatais.
A anemia falciforme é um problema grave para a população negra, pois os índices oficiais indicam que as três principais causa de óbito entra a população negra é o alcoolismo, a pressão alta e a anemia falciforme.
E por sua vez, os médicos garantem que as mortes ocorrem por falta de um diagnóstico correto e o tratamento no SUS ainda é precário apesar do governo afirmar que aumentou as verbas destinadas a esta área.
Para garantir um tratamento decente aos doentes é necessário um verdadeiro investimento na saúde pública.

Fonte: A Folha de São Paulo

TUBERCULOSE FAZ 5 MIL ÓBITOS NO BRASIL

III ENCONTRO NACIONAL DE TUBERCULOSE
O quadro foi descrito durante o 3º Encontro Nacional de Tuberculose por Afrânio Kritski, presidente da Rede-TB, que reúne pesquisadores da doença.
Segundo Kritski, estudos demonstram que hospitais tratam a tuberculose sem atender adequadamente às medidas de biossegurança, isto é, ações para proteger trabalhadores de saúde e por conseqüência o restante da comunidade da tuberculose, doença que registra cerca de 85 mil novos casos por ano no Brasil, além de 5 mil óbitos.
O País é o 16º com o maior número de casos no mundo.
Inquérito inédito sobre tuberculose em 63 hospitais brasileiros localizados no Rio, Bahia, Rio Grande do Sul, Pará, Maranhão, Ceará, São Paulo, Pernambuco, Amazonas e Minas verificou que 14,3% não adotavam medidas administrativas de biossegurança e que 36,5% não atendiam a normas de engenharia para evitar que doentes contaminassem outras pessoas.
"Falta controle sobre casos que representam 30% do notificado pelos grandes centros. Necessitamos de uma diretriz nacional e, depois, de um plano para a tuberculose nos hospitais”,
defendeu Kritski pouco antes do encerramento do encontro nacional sobre tuberculose, no último sábado, em Salvador.
Fonte: O Estado de S.Paulo.

domingo, 29 de junho de 2008

PLANO NACIONAL DE SAÚDE


"Promover a eqüidade na atenção à saúde da população negra"
é o lema que resume várias diretrizes aprovadas no Plano Nacional de Saúde (PNS), referentes a uma dívida histórica do Estado Brasileiro em relação à metade de nossa população.

Em agosto de 2004, realizou-se o Seminário Nacional de Saúde da População Negra, que ficará como um grande marco na construção dessa eqüidade. Sendo um dos mais importantes resultados da parceria entre o Ministério da Saúde e a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), o Seminário trouxe muitos avanços, com a troca e disseminação de conhecimentos e informações, assim como a criação de uma forte corrente ligando pessoas, idéias e emoções comprometidas em fazer com que as diretrizes e metas do PNS se traduzam de fato em ações que beneficiem a nossa população.

A coordenação do Comitê Técnico de Saúde da População Negra vai divulgar os encaminhamentos recentes nos diversos processos em curso na busca dessa eqüidade. Nela se canalizará a comunicação com o Comitê Técnico, espaço onde governo e sociedade civil dialogam, planejam, monitoram e avaliam o cumprimento das diretrizes e metas específicas estabelecidas no Plano Nacional de Saúde.


fonte:Ministério da Saúde

. O MINISTÉRIO DA SAÚDE GARANTE... PACTO PELA SAÚDE




O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as três esferas de gestão (União, Estados e Municípios) com o objetivo de promover inovações nos processos e instrumentos de gestão, visando alcançar maior eficiência e qualidade das respostas do Sistema Único de Saúde.

Ao mesmo tempo, o Pacto pela Saúde redefine as responsabilidades de cada gestor em função das necessidades de saúde da população e na busca da equidade social.